Faleceu hoje, aos 64 anos, o historiador e
diretor-geral da Fundação Pedro Calmon (BA), Ubiratan Castro de Araújo. Um dos
maiores especialistas sobre a história da Bahia e a dinâmica da escravidão no
Brasil, o professor sofria de um problema renal crônico e estava internado no
Hospital Espanhol, em Salvador, desde o último mês de novembro.
Ex-diretor da Fundação Cultural Palmares, Castro
foi responsável por projetos que colocaram o Brasil no cenário internacional no
que diz respeito ao debate sobre a diáspora africana. Como a realização de
encontros históricos e viagens junto a comitiva do então Presidente Lula à
África, que marcaram uma guinada na política internacional brasileira em
relação aos povos africanos.
O seu trabalho era conhecido tanto pelo meio
acadêmico quanto por setores populares, o que o fazia ser considerado um
"intelectual orgânico", sendo bastante requisitado para entrevistas e
palestras públicas em escolas e comunidades. Em virtude de sua dedicação
pela comunidade negra, Castro recebeu, em 2012, a Comenda da Ordem Rio
Branco. A medalha, criada em 1963, é a maior condecoração oferecida pelo país
oferecida pelo Itamaraty.
Ubiratan Castro era Doutor em história pela
Université Paris IV-Sorbonne. Além disso, era graduado também em história pela
Universidade Católica do Salvador e Bacharel em Direito pela Universidade
Federal da Bahia. Atuou também como um dos diretores do Centro de Estados
Orientais da Bahia – CEAO e era membro da Academia de Letras da Bahia, onde
ocupava a cadeira 33, cujo patrono é o poeta abolicionista Castro
Alves.
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